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Risco de racionamento de energia

Giselle Magali Bohnen

photo of truss towers

O Governo Federal Brasileiro estuda medidas para enfrentar uma nova crise hídrica no país. Segundo especialistas, será inevitável recorrer ao racionamento de energia para afastar o risco de não ter produção de energia suficiente para o abastecimento elétrico nacional.

Devido a falta de chuvas, o cenário hidrológico tem as menores vazões desde a década de trinta, no início do registro dos dados. A estação de seca deve ter duração até novembro, quando está previsto o início do período úmido, portanto, até lá, os níveis dos reservatórios diminuirão de modo crítico.

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Considerando que as hidrelétricas são a maior fonte de energia do país, que corresponde a 65% da produção nacional, os prejuízos podem a chegar próximo ao que foi no ano de 2001 – ano em que ocorreu a última grande crise no setor – que passou dos R$54 bilhões, conforme os dados fornecidos pelo Tribunal de Contas da União.

Soluções a curto prazo

 

Para evitar que a crise se agrave, as organizações do setor de energia estão funcionando continuamente para prover energia suficiente, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME).

Além disso, o Governo Federal determinou o acionamento das termelétricas fósseis nacionais, que são mais custosas e poluentes. E o Brasil deve importar energia não apenas do Paraguai, como da Argentina e Uruguai. A gestão do atual governo está seguindo a cartilha da administração anterior, no que foi bastante criticada na época, mas que resolveu o problema naquele momento oportuno.

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Por outro lado, a população deve se comprometer com o uso de energia e água de modo consciente. Até porque, diante desse cenário, o brasileiro já sente parte de sua renda comprometida com o aumento substancial da tarifa e a alteração para a bandeira vermelha. Por consequência do déficit gerado por essa situação, esse aumento deve ser reajustado nos próximos anos, afetando a economia da população e do país.

Diante das providências citadas, é afastado o risco de racionamento e blecautes, pelo menos a curto prazo, porém, não é, de fato, a solução ideal para um problema que se estende por anos. O tema carece de um planejamento conciso e preditivo, um recurso que solverá essa situação em médio e longo prazo.

Soluções a médio e longo prazo

 

Uma das saídas é diversificar a matriz de distribuição elétrica, a produção de energia não pode depender apenas de uma única origem e da “boa vontade” da natureza para ser adequada por todos os períodos do ano.

Como possibilidade, cita-se a geração própria de energia que vem crescendo substancialmente nos últimos anos e torna os consumidores cada vez menos dependentes das hidrelétricas.

Para se ter uma ideia, a geração distribuída de energia já retrata 5,8 GW de potência, por volta de um terço da capacidade de Itaipu, portanto, conclui-se que essa alternativa é capaz de aliviar o sistema operacional das hidrelétricas, em especial, nos horários em que há maior consumo, das 10h as 18h.

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Os benefícios da autoprodução de eletricidade são inúmeros: além de aliviar os reservatórios de água e as linhas de transmissão, fornece energia sustentável e mais barata, e sobretudo, contribui para o desenvolvimento socioeconômico do país. Esse setor gera milhares de novos postos de trabalho, movimenta a economia e democratiza o mercado de energia.

Como exemplos de gerações alternativas de energia que são extremamente valiosas para um país geograficamente localizado como o Brasil são a energia solar fotovoltaica, energia eólica, biomassa e até mesmo mini hidrelétricas (para consumo próprio).

Conclusão

A atual e recorrente crise hídrica vivenciada pelo Brasil pode ser evitada através de um planejamento eficiente para a diversificação da matriz elétrica. Dentro dessa diversificação, existe a geração distribuída que deve ser considerada como uma das alternativas mais atrativas para desafogar as usinas hidrelétricas.

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Ademais, a implementação de sistemas com energias renováveis para geração própria de energia, colabora para baratear a eletricidade, torna o mercado mais competitivo, é renovável e sustentável, gera milhares de empregos, entre outras inúmeras vantagens. Como conclusão, os incentivos e os estímulos para a implementação de novos sistemas de geração de energia são de suma importância, não apenas dentro do contexto de crise hídrica, como para o desenvolvimento global do Brasil.

Fontes: Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) , Agência Câmara de Notícias, CNN Brasil Business, Nota Oficial do Ministério de Minas e Energia (MME).

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